Quem se lembra da Liga Talisman? Apesar de não ter sido uma das ligas mais populares, a Talisman foi um ponto crucial na filosofia de criação de ligas do Path of Exile. Antes da Talisman, tanto o modo Normal quanto o Extremo possuíam mecânicas de ligas separadas, com a mecânica criada para ser uma camada que entra em cima do gameplay principal do Path of Exile. Houve uma época quando a liga poderia ser somente alguns novos monstros e mods!
Mas a Talisman mudou isso. Ela introduziu um novo conjunto de itens, uma progressão, um chefe do endgame e uma história. Após a Talisman, cada liga trouxe também estas mesmas coisas. Quando trabalhamos numa nova liga, encontrar uma forma de integrá-la à história em contínua expansão do Path of Exile é sempre um desafio. Este é o motivo: Diferente do seu típico MMORPG, o Path of Exile traz 'recomeços' recorrentes. Ao criar um personagem em um MMO, você está entrando em um mundo vivo que poderia ter anos de eventos em tempo real já embutidos nela. Mas no Path of Exile, ao criar um personagem, você está entrando em um momento bem específico no tempo; Dominus governa Oriath com uma mão de ferro (ou de ouro?) primeiro, e você foi exilado para as enseadas de um continente esquecido chamado Wraeclast. Kitava ainda não se ergueu. O Ancião e o Criador estão em guerra, ainda esperando para serem conquistados. Ligas passadas podem existir, mas seus chefões ainda não foram vencidos pelo Exilado porque, bem, o Exilado atualmente está com a cara enterrada no chão. A história de cada liga precisa começar com o Dia de Exílio do jogador. Chamo isso de a regra do 'Dia Zero'. Por várias vezes nos deparamos com essa regra durante a criação da liga. As pessoas estão ansiosas para construir em cima das histórias das ligas anteriores, ou fazem referências aos eventos dos personagens em ligas passadas, mas em quase todos os casos, fazer isso traria problemas cronológicos. Sempre sou o defensor mais irredutível desta regra. Pode parecer implicância (e provavelmente é!) mas, para mim, ela serve à alguns propósitos muito importantes. Para começar, ela assegura que não exista nenhuma estranheza com os personagens sabendo de coisas que os jogadores ainda não fizeram ou não encontraram. Um NPC discutindo o expurgo da Praga antes que o jogador descubra a Cassia está fadado a causar um pouco de confusão. Ela também nos força a ser mais amigáveis com os novos jogadores. Com cada liga, temos alguns números de jogadores que nunca jogaram o Path of Exile antes. Junto às complexas mecânicas que eles precisam aprender só para apreciar a história principal, eles geralmente precisam de uma história secundária para seguir (a liga atual). Jogar estas referências de ligas passadas na mistura deixa as águas meio turvas. O exemplo mais recente de nós encontramos a regra do Dia Zero é a Delirium. A Voz Estranha começa a falar com você em um certo ponto durante a Campanha porque os eventos que precedem em seguida permitem que ela o faça. O custo de aderir à esta regra foi que os primeiros quatro atos também não continham a Voz Estranha. O lore da Conquistadores do Atlas também teve que lidar com a cronologia. A derrota do Ancião aconteceu entre o tempo que você, o Exilado, derrotou Kitava, e o tempo que você então se encontra no Epílogo. Muito das ideias tiveram que ser cortadas porque violavam a regra do Dia Zero, exigindo que certas coisas acontecessem (ou já houvessem acontecido) quando a linha do tempo não deveria permitir isso. Estou empolgado pelo Path of Exile 2 não somente por conta de todas as coisas legais que ele contém, mas pelo que ele permitirá que façamos com a narrativa. Com o Path of Exile 2, poderemos enfim liberar todo o conhecimento de eventos passados do Path of Exile (incluindo as ligas!), e construir em cima deles. Deixem respostas sobre o que vocês gostariam de ver continuado no Path of Exile 2! |
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