Nós conversamos com sirgog para entender melhor a história por trás da criação da carta de adivinhação O Preço da Lealdade. Saiba mais sobre como a Arrogância influenciou um conjunto de decisões na hora de trazer esta carta à vida.
Em minha adolescência nos anos 90 eu era obcecado por RPGs tradicionais como Secret of Mana e Final Fantasy 6 - e quando consegui meu PC, me apaixonei com a ação rápida do Diablo e Diablo 2. No início dos meus 20 anos mudei para Dungeons and Dragons Online, mas precisava de algo novo - e ouvi falar desse sucessor espiritual do Diablo 2 e quis dar uma olhada. Entrei no trem do Path of Exile na liga Anarchy, e me joguei de cabeça. Sabia que o jogo era complexo, mas me dediquei por inteiro, criando um Sombra monstruoso usando Golpe da Víbora e sem pontos de vida. Minha build era horrível, mas eu me diverti muito passando pelo jogo, limpando completamente os monstros em zonas de nível 47 inúmeras vezes no nível 54 antes de finalmente encontrar um chefe que eu simplesmente não conseguia passar. Foi então que segui alguns guias e cheguei nos mapas na liga Torment. Da Incursion em diante eu tenho ido de forma sólida ao endgame, conseguindo 36 dos 40 desafios em todas as ligas (exceto a Legion que não gostei muito e parei no 24). Eu também criei um guia em vídeo que já está datado, no Youtube, sobre estratégias que usei para conseguir um Caçador de Cabeças na liga Incursion, que se popularizou de forma inesperada e me enviou à um caminho inesperado - trabalhar em gravações técnicas de aviação durante o dia enquanto fazendo vídeos relacionados ao PoE com meu tempo livre. Estes vídeos são, em maioria, focados naquelas jogadores com '24 desafios por liga' que querem melhorar para o nível de 36 ~ 40 desafios. Isso também me fez aprender streaming, e fico online por duas ou três noites por semana (AU TZ) na Twitch. Inspirado pela "A Enfermeira" na Betrayal, eu adquiri uma carta de adivinhação que originalmente seria destinada para fazer uma carta de adivinhação para O Demônio, que poderia ter sido nomeada como Pecados Mortais. Mas aí a liga Synthesis saiu um pouco antes de eu enviar a ideia. Me apaixonei com a nova carta de adivinhação que havia sido adicionada, Arrogância dos Vaal, e comecei a fazer trocas, conseguindo e trocando 20 conjuntos dela no quinto dia da Synthesis. A Arrogância era minha carta favorita, passando as duas que eu já havia enviado (com minha terceira já sendo planejada). Gostei da Arrogância por conta de sua alta variedade, recompensa incrível mas valor esperado bem baixo (como a loteria), e porque ela adiciona tesouros estranhos, únicos e legais à economia de uma liga com comércio que não existiriam de outra forma. Joias de Limiar com dois corrompimentos poderosos, únicos de nivelamento que dão poder suficiente para funcionarem no endgame, e mais. Como alguém com um passado envolvendo matemática, os dois problemas relacionados mais "difíceis" na interferência estatística relacionado ao PoE são entender o valor esperado das entregas da Arrogância dos Vaal, e Decks Completos - e isso me faz amar ambas. Depois de ver a Arrogância eu considerei um único poderoso com dois implícitos como o Coração de Zerphi ou o Caçador de Cabeças, então percebi que gosto mais de algo com uma variação maior, para capturar um pouco mais da sensação de entregar Arrogâncias dos Vaal. A ideia passou pela minha cabeça quando alguém no chat global linkou uma Tabula com dois implícitos com mods +2 à gemas e eu respondi "é uma pena desperdiçar esses corrompimentos, eles ficariam incríveis na Pele do Leal". Nessa época, eu sabia que meu plano original para uma base do atlas de nível 86 com influência já havia sido descartado, e eu mudaria a carta para uma Pele com corrompimento dobrado. Rapidamente decidi por uma Pele com ilvl 25 já que ela é uma armadura voltada para a ofensiva, então você não precisa dos corrompimentos defensivos fracos que são possíveis no ilvl 45, nem o mais forte que vem no ilvl 80. 20-44 é sempre a escolha 'certa' e então ao invés de penalizar os jogadores que não conhecem as mecânicas de como influenciar o ilvl dos itens concedidos por cartas de adivinhação, eu simplesmente escolhi um número de forma arbitrária dentro dessa sequência. Eu também percebi que ela traz um quebra cabeças interessantes para as builds. Se sua build geralmente usa 4 gemas azuis e 2 vermelhas, você conseguiria usar uma com 3 azuis, 2 vermelhas e 1 verde se ela tivesse bons corrompimentos? Isso seria melhor do que usar um peitoral criado sem os corrompimentos incríveis, mas com as cores 'perfeitas'? Esse tipo de quebra cabeças das builds me chama a atenção. Nesse momento comecei a pensar no texto da carta. Já que a recompensa da carta lida com três temas de horror relacionados - a crueldade implacável dos Vaal, o nome 'Pele dos Leais' e os temas do além, quase que Lovecraftianos de Chayula, eu sabia que queria criar uma história de horror por si só. Isso fez com que eu me perguntasse.
Fiquei com as respostas "um idiota útil", "uma versão idealizada de Chayula que eles acreditavam que poderia lhes conceder poder, "alguém que Chayula não achou que fosse inútil - talvez Zilquapa, Arquiteto da Fenda ou alguém sob seu comando", "para parar os peticionários famintos por poder que os atormentavam", "não" e "ninguém vivo nunca saberá", respectivamente. Eu queria que o texto trouxesse tanto o tema de horror quanto um senso de contentamento completo para os cultistas esfolados. Este não era um Alto Cultista fazendo um sacrifício humano em um ritual importante, era alguém jogando o lixo fora porque eles foram mandados. Quando enviei o trabalho pela primeira vez, essa citação era atribuída à Zilquapa, mas isso não se encaixava muito bem com certas resoluções então a atribuição foi removida. No entanto, a carta cai de Zilquapa. Inventei o seguinte para o envio: Mais ou menos três cultistas (de aparências diversas) em vestimentas idênticas estão enfileirados, olhando para o nada. Um quarto cultista está usando uma adaga cerimonial (o único de Chayula Unidos no Sonho) para esfolar um dos três cultistas vivos. A vítima não está reagindo a nada ao ferimento mortal e nem os outros dois cultistas que serão os próximos. A vítima tem um pedaço de pele pendurada balançando ao seu lado. A alma do cultista moribundo, ao invés de escapar, está sendo sugada pela pele. Na medida em que deixa o corpo ela é branca, mas quando entra na pele, fica vermelha. Shaun, o artista de cartas de adivinhação da GGG fez um trabalho fenomenal ao executar essa ideia. Eu tinha algumas outras ideias em mente quando enviei O Preço da Lealdade, que por fim preferi deixar de lado. Eles eram:
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